quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Choro pelo que não fiz...


Perdoa.me, folha seca,
não posso cuidar de ti
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?

E não pude levantá.la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que não se levantarão...

Tu és folha de outono
voante pelo meu jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
    (Cecília Meireles)


Neste dia especial da minha vida - 27/11/2015 . em que completo mais um ano no calendário da minha existência, deixo neste meu cantinho de escrita este belo poema que dedico aos meus netos que, neste momento, são os meus amores maiores.