quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

CARNAVAL

Vá lá saber-se porquê, nunca apreciei o Carnaval... Acho uma palhaçada! Não dou para aquele tipo de disfarces... bombinhas de mau cheiro, já para não falar nos ovos que , por vezes, atiram uns aos outros etc. etc...
Bem sei o esforço que tive de fazer ao longo de tantos anos para acompanhar os meus alunos nesta época. Não obstante, percebo que as crianças gostem de se mascarar/disfarçar, ainda que algumas não sejam grandes fãs desta festa pagã. 
Dou como exemplo o meu neto Vicente que me surpreendeu, este ano. Pela positiva. No Carnaval do ano que findou, ainda escolheu, com a ajuda da mãe, umas fatiotas a gosto, para se disfarçar. Tentou, mas aquilo não resultou lá muito bem. Não se mostrou agradado.
Pensei p`rós meus botões: ora aí está... tinha de sair à avó em qualquer coisa! E à mãe, que também não é nem nunca foi grande apreciadora.
Foi a surpresa total, hojel. Apareceu-me vestido de Tartaruga Ninja, contentíssimo e "em modo exibicionista".
Achei muita piada, valorizei, incentivei, pelo que regressou à escola feliz e muito compenetrado  do seu papel.
O Carnaval é uma época de brincadeira, que faz o apelo à fantasia. Daí ser  do agrado das crianças. E aqui sim, vejo benefícios, dado que  pode contribuir para a  sua socialização. 

De resto não me convence. Respeito quem revela espírito carnavalesco, acho graça a algumas sátiras que fazem a aspectos do quotidiano, mas pouco mais que isso. Para além de que me parece que o povo português, perante os problemas  por que está a passar, também não estará com muita vontade de brincar ao Carnaval.

Enfim, é a minha opinião.Vale o que vale!



domingo, 23 de fevereiro de 2014

Tempos conturbados...

Isto não são horas de coisa nenhuma. As duas da manhã já lá vão. Quase três.
Quando muito seriam horas de, chegada de uma festa, deleitar-me a contar agradáveis peripécias. Mas não! Nada disso!Não há disponibilidade, não há disposição e o tempo, chuvoso e frio, também não convida... para a festa.
Acabo de chegar do Centro de Saúde com a senhora minha mãe... Nada de grave, felizmente. Mais uma maleita que uma boa tomada de medicamentos não resolva... Já chega, não é?...

Não posso, não quero, não vou deixar que este 2014 me derrube. Sou uma mulher de garra, de fibra, tal como esta senhora que tive a sorte de ter como mãe. Afinal, sou sua filha...
Por isso, vou à luta. Chega de contratempos.  Mas juro que vão acabar, pelo menos aqueles que não estão relacionados com a doença. Que também não têm sido poucos!!!!
Tudo vai mudar  com a chegada da Primavera. Que já iniciou as sua espreitadelas e nos presenteou com sorrisos, ainda que de soslaio. Tal como aconteceu hoje...

E quem se não a Primavera - a minha estação de eleição - para acabar com estes tempos conturbados??...


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O AMOR É...


O amor é o início. O amor é o meio. O amor é o fim. O amor faz-te pensar, faz-te sofrer, faz-te agarrar o tempo, faz-te esquecer o tempo. O amor obriga-te a escolher, a separar, a rejeitar. O amor castiga-te. O amor compensa-te. O amor é um prémio e um castigo. O amor fere-te, o amor salva-te, o amor é um farol e um naufrágio. O amor é alegria. O amor é tristeza. É ciúme, orgasmo, êxtase. O nós, o outro, a ciência da vida.
O amor é um pássaro. Uma armadilha. Uma fraqueza e uma força.
O amor é uma inquietação, uma esperança, uma certeza, uma dúvida. O amor dá-te asas, o amor derruba-te, o amor assusta-te, o amor promete-te, o amor vinga-te, o amor faz-te feliz.
O amor é um caos, o amor é uma ordem. O amor é um mágico. E um palhaço. E uma criança. O amor é um prisioneiro. E um guarda.
Uma sentença. O amor é um guerrilheiro. O amor comanda-te. O amor ordena-te. O amor rouba-te. O amor mata-te.
O amor lembra-te. O amor esquece-te. O amor respira-te. O amor sufoca-te. O amor é um sucesso. E um fracasso. Uma obsessão. Uma doença. O rasto de um cometa. Um buraco negro. Uma estrela. Um dia azul. Um dia de paz.
O amor é um pobre. Um pedinte. O amor é um rico. Um hipócrita, um santo. Um herói e um débil. O amor é um nome. É um corpo. Uma luz. Uma cruz. Uma dor. Uma cor. É a pele de um sorriso.

Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'
 



A  verdade é que a vida sem amor não faz sentido!
O amor dá-nos asas... e faz-nos felizes!!

QUE O DIA DE HOJE, DIA DOS NAMORADOS, VOS TRAGA MUITAS FELICIDADES, EXTENSIVAS A TODOS OS DIAS DAS VOSSAS VIDAS! 

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Mãe... é eternidade!

A minha, como já aqui disse algumas vezes, é uma mulher de fibra! Contudo, a idade avançada, e este clima frio e húmido a que não consegue habituar-se, fizeram-na adoecer.
Assustei-me, mesmo! Uma pneumonia nestas idades não é doença fácil! Não é mesmo!!
Têm sido  dias complicados, para ela e para mim.
Consciente da gravidade da situação, fez a medicação com  rigor e tomou todos os cuidados necessários ( com a alimentação, as mudanças de temperatura e... muito descanso). A sua força anímica e vontade de viver, fizeram o resto. Diz que se sente quase curada e eu também a sinto muito melhor. 
Voltaremos, amanhã, ao médico para ouvir o " veredicto". Estou confiante! Tudo acabará em bem! Só pode...  porque MÃE devia ser... 

...para Sempre

Por que Deus permite 
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite, 
é tempo sem hora, 
luz que não apaga 
quando sopra o vento 
e chuva desaba, 
veludo escondido 
na pele enrugada, 
água pura, ar puro, 
puro pensamento. 
Morrer acontece 
com o que é breve e passa 
sem deixar vestígio. 
Mãe, na sua graça, 
é eternidade. 
Por que Deus se lembra 
— mistério profundo — 
de tirá-la um dia? 
Fosse eu Rei do Mundo, 
baixava uma lei: 
Mãe não morre nunca, 
mãe ficará sempre 
junto de seu filho 
e ele, velho embora, 
será pequenino 
feito grão de milho

Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'


Tema(s): Mãe  

sábado, 1 de fevereiro de 2014

PROMESSAS!...

Relembro o meu conterrâneo António Aleixo, nascido em Vila Real de Santo António, no mês de fevereiro de 1899  e falecido em novembro do ano de
1949, em Loulé (terra de seu pai), onde há muitos anos residia.
Foi, muito justamente, considerado a nível mundial um dos ícones da poesia popular portuguesa.

Estas quadras foram por ele escritas  em 1945, em tempo de promessas eleitorais...  
Promessas, promessas... que  morrem sempre à nascença independentemente da "cor política" de quem promete...      
PORQUÊ???? - Pergunto eu!......

foto noticia

Ao sentir tremer o trono,
P'ra o mundo não fez segredo:
Prometeu, talvez por medo,
Que dava o seu a seu dono...

Este sujeito é capaz
De nos fazer mil promessas...
Mas faz-nos tudo às avessas
Das promessas que nos faz!

Mas eu não sou quem procuras...
Sei, contra tua vontade,
Que me mentes, quando juras
Que me dizes a verdade.

Prometem ao Zé Povinho
Liberdade, Lar e Pão...
Como se o mundo inteirinho
Não soubesse o que eles são!


Fonte: "Inéditos" António Aleixo
Edição de Vitalino Martins Aleixo (filho do poeta)
Loulé 1978