CARNAVAL! Festa pagã que não aprecio. Nunca apreciei. Nem mesmo enquanto criança ou jovem. Não acho piada às brincadeiras que lhe estão associadas. Detesto - sempre detestei - as tais bombinhas de mau cheiro, já para não falar dos ovos e da farinha que, num passado recente, as pessoas atiravam umas às outras - felizmente hoje já não é tão usual. Para quê? Para brincarem ou para se agredirem?? Até as bisnagas de água - mais inofensivas - acho também um disparate e, de certa forma, um acto de cobardia, na medida em que disparam água para molhar o outro e depois fogem e/ou escondem-se...
Quando muito posso apreciar uma boa fantasia carnavalesca, resultante de uma fértil imaginação, e com algum significado. Contudo, ainda que me considere uma pessoa sociável, alegre, bem disposta e de sorriso fácil, não consigo, nunca consegui imaginar-me fantasiada. Se alguma vez, me tivesse passado pela cabeça enveredar por uma carreira ligada ao teatro, não seria, com toda a certeza, uma boa actriz!! Sempre igual a mim mesma, durante todo o ano, nada de sair da "minha carapaça". Timidez ou falta de jeito?? - Talvez um pouco de cada...
Sabe-se Deus os sacrifícios que fiz para, nalguns Carnavais da minha vida, usar um ou outro adereço na cabeça - o último, se bem me recordo, terá sido umas penas de aves - ou na lapela, a fim de acompanhar os meus alunos em pequenos desfiles pelas ruas da cidade. E eles sabiam, brincavam comigo e provocavam-me, os marotos... Recordo ainda as cobras de plástico que os mesmos, de vez em quando, à socapa, deixavam no tampo da cadeira onde eu havia de me sentar, só para ouvirem o meu sibilante grito... e se divertirem, claro!! Detesto tudo o que tenha a ver com rastejantes, mas daqueles momentos - confesso - sinto alguma nostalgia!!
Perante todo este parlapié, já fiz perceber que não sendo eu uma pessoa virada para as brincadeiras de carnaval, respeito quem gosta de o fazer desde que se esforcem no sentido da não colisão com a liberdade dos outros.. É, provavelmente, uma boa maneira de descansar, das pessoas saírem para a rua, de se divertirem um pouco e aliviar o já habitual e "pernicioso" stress de que toda ou quase toda a gente padece.
E, claro, que como avó babada que sou e porque adoro crianças, achei o máximo ver os meus netos fantasiados e felizes - um de Robin dos Bosques, o outro de elefantezinho - a caminho da escolinha onde, num saudável e alegre convívio, desenvolveram actividades que, decerto, os ajudará no seu processo de socialização e, consequentemente, no seu crescimento enquanto pessoas!!
E como deve ter sido agradável para as crianças observarem e explorarem os diversos "disfarces" dos coleguinhas e amigos! Na verdade, correspondem a belas imagens de cor, felicidade e fantasia...